sábado, 22 de novembro de 2008

Fred, o imaginário

Eu tenho um amigo, o nome dele é Fred, o Fred é um bom amigo, é alto, moreno, forte.
O Fred é sensível, compreensivo, inteligente,ele brinca comigo, e me ajuda sempre, Fred é o amigo que sempre quis.
Mas papai e mamãe dizem que eu não posso mais ficar com o Fred, só porque já fiz oito anos, porém, no ano passado eles me levaram ao psicólogo, porque diziam que o Fred não existia, o Fred ficou magoado, mas acho que a psicóloga viu o Fred triste, e deixou ele ficar por mais um ano, não entendi bem, mas ela disse pro papai que nessa idade é normal ter amigos imaginários, o que será que ela quis dizer? O Fred é tão real...
Hoje vi mamãe e papai brigando, dizendo que o Fred não pode mais ficar, que o Fred está atrapalhando meu desenvolvimento na escolinha, como eles podem pensar assim? É o Fred que me ajuda na lição de casa.
Mamãe me explico que o Fred não existe, o Fred ficou triste, pois foi ele que me ajudou a cuidar da mamãe quando ela ficou dodoi, então como pode o Fred não existir?
Papai disse que eu tenho que fazer mais amigos reais, mas o Fred é real, e aquela vez que ele me ajudou a cuidar do papai quando ele prendeu o dedo na porta do carro?
Hoje eles me levaram de novo naquela médica, a tal da psicóloga, ela explicou pra eles que eu tenho medo de estar sozinho, por isso eu criei o Fred, mas eu não criei, ele me encontrou um dia, no parquinho, quando eu brincava sozinho, e as outras crianças jogavam areia pro alto, ele veio, e me ajudou a terminar meu castelo. Ela disse que é normal, crianças tímidas, terem amigos de mentirinha, chama-se medo de se enturmar. Ela é gente grande, provavelmente também não entende o fato do Fred ser meu amigo.
Ela disse que pessoas inseguras precisam de uma compania vinte e quatro horas por dia, por isso eu imagino o Fred sempre, disse também que é parte do meu desenvolvimento, e que com o tempo passa, mas eu tenho que fazer amigos pra deixar o Fred.
Eu até teria amigos, se as outras crianças não zombassem do Fred, e de mim.
As pessoas grandes não entendem a amizade...

Já faz seis anos que o Fred se foi, meus pais estavam ficando muito preocupados comigo
e expulsaram praticamente o Fred daqui de casa, hoje entendo o lado deles, eu era uma criança de poucos amigos, mas uma coisa incotestavel é: O Fred existia, alias, existe, espero que a criança que esteja com ele cuide bem dele, ele é um bom amigo.
Fred chorou tanto quando deve de ir, eu também, mas ele me explicou que outra criança precivasa dele e que seria melhor pra mim, e que ele iria voltar um dia, e independente de eu ver ou não ele
ele sempre estará comigo, o Fred me ajudou muito.
Agora, mais velho vejo que o Fred até podia ser "imaginário" para os outros, mas para mim, ele ensinou algo real, o amor de amigo, o carinho.
E hoje sei que todos precisam de um Fred na vida para aprender certos valores que não se ensina na escola.
Fred formou meu carater, e me ensinou que eu não devo deixar de fazer amigos na escolinha
mas quando eles não estiverem perto posso contar com ele!

Toda criança tem um amigo imaginário, as pessoas grandes não entendem isso!
Ter amigos imaginários não é margem pra uma criança insegura ou tímida, mas uma criança talvez carente.
O problema é que as crianças carentes de hoje em dia não tem mais amigos imaginários
elas pensam iguais as pessoas grandes, elas foram obrigadas a crescer, e hoje seus amigos são os mais reais possíveis, tais como as drogas...
Nossas crianças cresceram de uma maneira brutal, continuam em pequenos e frágeis corpos, mas com uma mentalidade adulta, fria, livre de imaginação, cor, livre de amor, livre da verdadeira vida de criança.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Id. Censurada

http://id-censured-taresu.blogspot.com/2008/11/no-div-da-raffaella.html
Texto do Identidade Cesurada - No divã da Raffaella
Obrigada meu querido amigo, amei!



Dia dezoito de novembro foi aniversário do Indentidade Censurada, e quero dar um presente que ficará pra sempre, não é muito, não é material, mas vale...

Quando a gente começa a fazer teatro, nos chamam de falsos, fingidos, dizem que é fuga da realidade, mas sabem que o teatro é a forma de criticar a realidade que não gostamos.
Mal sabem que o ator é o mais sincero, porque pra poder incorporar uma outra pessoa
é preciso primeiro, incorporar a si mesmo.
É no teatro, nos palcos, nos cenários, nos atores, nos improvisos que achamos pessoas que
mesmo atuando, falam a verdade, são sinceros...
É no improviso de uma peça que a gente vê que o ator não foge dos problemas
mas encontra soluções criativas e sútis para eles...
E no sorriso final de cada ator, veja a superação de N problemas.
Deveriamos assim levar a vida, sendo verdadeiros, improvisando nas dificuldades

para terminar a peça com sorrisos e aplausos.

Id. Censurada, nunca conseguirei escrever como você me escreveu, mas achei que o tema básico Teatro, ia fazer seu tipo, ia te agradar.

Meu texto favorito dele (Dá nome ao blog dele):


Eu adquiri inteligência
Já nasci sem religião
Eu vejo o mundo como algo negro
Eu tenho medo de expressar minha opinião
Não entendo nada de história
Não entendo nada de cultura
Não entendo nada de política
Vivo com o pensamento nas alturas
Amo algo que não posso ter
Eu sou feio desde que nasci
Você acha que entendo de música?
Saiba que eu não assisto MTV
Eu não compreendo as pessoas ao meu redor

Não consigo ser solidário
Tento ser algo que não sou
Poucas vezes sou educado
Não consigo dar conselhos
Não consigo consolar ninguém
Eu guardo pecados como qualquer um
São poucas as pessoas que quero bem
Eu quero saber por que nesse mundo estou assim
Não gostaria que minha alma fosse atacada
Mas eu desejei tudo isso pra mim
E é por isso que minha identidade foi censurada

Obrigada por tudo...
Eu amo você, e você sabe o porquê!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Certezas na incerteza

Já sentiu aquele frio na barriga de medo?
Mas que mesmo com esse medo, sentia um certo prazer?
Já esteve com alguém tão especial, que só de pensar em estar sem ela
vem uma vontade enorme de morrer?
Já teve vontade de chorar ao abraçar essa pessoa?
Mas, talvez, esse choro não seja de tristeza...
Já se sentiu tão fraco, que nunca se sentiu tão forte?
Já sentiu um vazio, um aperto no peito, por achar que falta alguém do seu lado, mesmo estando com mil pessoas?
Já se sentiu frágil só de estar com alguém, mas essa fragilidade é causada pela presença de tal pessoa? E mesmo sendo frágil perto dela, é assim que você que se sentir para sempre?
Já mudou seus planos por alguém, porque sabe que esse alguém vale realmente a pena?
E faria de tudo, mudaria mil planos, recalcularia mil rotas, só para ve-la bem?
Já esteve tão perdido, que nunca esteve tão encontrado?
Todas essas contradições, só fazem sentido pra quem já sentiu...
E talvez eu esteja errada, talvez ninguém saiba sobre o que estou escrevendo...
Mas quem já sentiu sabe, e mesmo na incerteza da certeza, sabe que cada uma dessas contradições
significam...AMOR