domingo, 7 de setembro de 2008

A sociedade prepara o crime , o criminoso o comete

Por quantas vezes ele se deparou com o errado? Por quantas vezes ele fez o certo?
Pouca chance tinha de seguir o melhor caminho, tantas oportunidades teve de ficar parado.
Aquele pequeno guri de rua, magro, desnutrido, ia crescendo aos poucos.
Tinha a vida sofrida, não sabia de sua mãe, de seu pai muito menos, vivia num barraco, no alto do morro, mais dois irmãos mais velhos, não sabia o que era o amor, não tinha carinho. O conhecimento havia passado longe, a escola sempre lhe atraiu, mas nunca freqüentou.O que aprendeu foi na rua, nunca soube ler ou escrever, nunca soube contar, desde pequeno fora forçado a trabalhar.

Os irmãos pouco cuidavam do garoto que aos doze anos, sem rumo ou destino certo, fugiu de casa, bateu a porta, ninguém mais o viu.Pouco tempo depois o acharam no chão, com fome, doente. Seu caminho foi o orfanato, onde era maltratado, sentia-se só, queria sair dali, mas essa foi sua casa até os quinze anos.
De lá fugiu, pouco aprendeu lá, sabia subtrair ou somar, não sabia sobre letras, pouco entendia de cálculos, mas agora tinha que voltar a trabalhar, tinha que sobreviver seguir sua vida.Reviu os irmãos por pouco tempo, na televisão de uma loja, onde o noticiário dizia que os criminosos haviam sido presos em flagrante.

Teve medo de seu futuro, não tinha nem que comer, não poderia trabalhar, já que nem seu nome sabia escrever.
Seu destino foi cruel, não queria roubar, mas não tinha escolha. Começou com os pães de uma padaria e algum tempo depois as casas da região estavam sendo esvaziadas durante a noite.Os anos se passaram, o menino havia virado um homem, amargurado, revoltado e acima de tudo solitário.Nunca mais se ouviu falar do pequeno guri que vagava por lá.Havia voltado pro alto do morro, com roubos continuou a viver.
Já era fichado na policia, já era bandido conhecido e temido.
Ninguém nunca o enfrentaria.

Um dia durante um roubo numa casa o inesperado aconteceu.
Alguém, louco o bastante, o enfrentou.Pai de família, mulher e filha, não poderia deixar aquele homem atirar.O pai tomou um tiro, saiu ferido, o bandido, fugiu, foi perseguido. Sentiu-se encurralado, mas mesmo assim estava distraído pensando em porque aquele homem se jogou na frente da menina.
A policia o encontrou, numa ponte, onde ele se jogou.
Alguns minutos antes reviu sua vida e viu o quanto tinha sido vazia.
Aquele homem, culpado de tudo de ruim que aconteceu, foi ele que escolheu ser bandido...
Foi ele quem não estudou, ele quem optou por roubar...
Se bem que, no lugar onde vivia, com as pessoas que vivia, com tudo o que passou sem pai ou mãe, sem ajuda de ninguém, sem assistencia...

Pensando bem a culpa não foi só dele, a sociedade o criou para ser marginal.

A sociedade prepara o crime , o criminoso o comete!

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