Sentindo e Escrevendo

Como pode alguém escrever sobre aquilo que não sabe, não entende, não conhece?
Quando me perguntaram um dia o por quê de eu não querer ser jornalista, eu disse:
" E escrever o que me mandam? E falar sobre o que eu não quero, eu escrevo por prazer, por sentir, por pensar... E eu também não seria tão delicada para dizer o que penso, acho que seria muito radical nas minhas frases"
Essa é a mais pura verdade, eu escrevo O QUE EU QUERO, assim os textos ficam bons, ficam quase que exclusivos.

É fácil perceber quando um jornalista escreve por amor e quando ele escreve por serviço, a matéria sai com N informações úteis, porém, não há sensibilidade, você não se comove com o artigo, você apenas acrescenta um ponto á sua cultura!

Para escrever é preciso algum tipo de 'talento', esse talento não é como o talento para tocar algum instrumento, é o talento que faz as pessoas SENTIREM o que você quer dizer.
É preciso não só argumentar, mas escrever o que pensa.
Muitas pessoas escrevem muito bem, tem textos fabulosos com temas ricos, um vocabulário maravilhoso, e uma cultura que nem se fala. Mas não tem o tal 'talento' não tem a sensibilidade para falar sobre o assunto.
Pelo outro lado há pessoas que não escrevem tão bem, têm vocabulário restrito e que fazem a gente sentir o que estamos lendo.
De ver a matéria sobre o Haiti e sair correndo do sofá pra ir até lá ajudar.

Não dá pra você redigir sobre a importância das árvores se você não gosta de árvores e passa o dia todo dentro de um escritório fechado.
Você pode até fazer um texto legal e com bastante conteúdo achado na Internet, ou até mesmo ter procurado especialistas em árvores para enriquecer seu texto.
Mas, o teu texto nunca será melhor que o texto de um ambientalista que gosta e vive entre as árvores, o texto dele com toda certeza terá mais impacto.

Escrever é uma arte.


"Errado é aquele que fala correto e não vive o que diz..."
O Teatro Mágico